Saturday, March 21, 2015

Tarde em Zamora, o rio Douro no coração...

Viajar. Viajar de Gps. Viajar a só. Há algo terrivelmente agradável em viajar sozinho (não querendo com isto dizer que não aprecio companhia, mas que os dois são azeite e água: essenciais, perfeitos e maravilhosos para a vida!)

Esta tarde fui a Zamora. Por momentos estive intimamente ligada à Tuga e ao Porto, já que ali estava, nas margens do RIO DOURO.

Mais uma cidadezinha simpática, com vistas lindas (tirando o dia nublado e frio que estava).

No Entanto, no centro, perto da catedral, não encontrei nem um café!

Acabei por ir a um mini-shopping onde vi gasolina a 1,17! Maravilha pensei...mas não deu. Tudo fechado (os espanhóis e os seus horários, este estaminé de gasosa abre as 18h e fecha às 21h!!???) e o pagamento com cartão foi recusado (eu e as minhas "malassuertes")!

Para terminar una TAPA, que ja não comia há uns dias: Tortilla!

Depois, há sempre aquelas observações curiosas. Há sempre algo de humano, humaninzante e que podemos aprender e reflectir.

Desta vez foi assim...Mesmo à saída, um casamento na catedral. AGORA, vejam com atenção a foto do carro dos noivos e do que os seus "padrinhos" estão a fazer ao carro!!! Vocês é que têm de descobrir...acham boa ideia???

Deixo as fotos...

                                               






                                                        






Thursday, March 19, 2015

E quando o "Tau" passa...e quando pensamos que tudo já vai correr bem...


Hoje acordei com o "TAU".

Expressão curiosa, que partilho com a minha mãe e talvez com meio mundo.

Cientificamente poder´´a ser descrito como um dia marcada com algum humor deprimido misturado com irritabilidade. Enfim. A ciência vive em mim.
Mas agora não interessa ciência.

No meio da Tese, das dores de parir uma teoria, de um certo prazer no processo de abdução, geração de uma teoria, com misto de fundamento cientifico e criatividade, estava com o tau.

Não adianta "bater mais na criança". Precisava de uma terapia de algo.

Fui pelas ruas. Só de olhar para cima, para as cúpulas de Salamanca, já estava melhor. Ainda assim, fui até "casa" (meu quartito modesto de hotel, que não deve ter mais de 6 m2 ) , deixei os ecrãs e agarrei num livrito do Paulo Coelho. Sempre fui muito avessa a ele, mas agora, no meio de leituras cientificas pesadas, andava a saber bem.

Meia hora depois, estava cheia de vontade de voltar para a tese.

Sai de casa a olhar pelas ruas. Salamanca está sempre em obras, em recuperaçao. reparo nisto todos os dias, todos os dias os senhores com andaimes saem de um sítio e vão para o outro!

Então, pensei ..."Bem, esta tudo bem! A força voltou. Se estes karmas ou simples azares acontecem, têm um motivo...e já não deve vir mais nenhum...agora é que..."

E Pimba.

E quando o "Tau" passa...e quando pensamos que tudo já vai correr bem...

Um naco de metal no meio da rua, junto à parede, rasga o meu anoraque novo!

# senhores, espanhois param e veem indignados!!! "Puesque, corre una foto! Envia al ayuntamiento! !!!" Simpáticos, indignados por aquele pedaço de metal a sair da "parede" (Depois coloco a foto porque o senhor Porteiro da universidade é que tirou foto!).

Podia ter-me magoado bastante.

Para já é só.

Enfim, o Tau passa. Outros Taus aparecem....


E...uns minutos cá estão. As fotos da Prova:


Tuesday, March 17, 2015

Escrever, escrever. Salamanca à minha espera...

Sinto as letras a bailarem cá dentro do cérebro. Começam a juntar-se, as palavras dançam, as ideias fluem. É tão fácil. É tão natural. Às vezes parece a coisa mais natural que faço nesta vida. Pode parecer cliché, mas parece que nasci para isto. E depois a dança continua e começa a intensificar-se, as frases, os parágrafos, as reflexões, querem nascer a todo o custo. As contrações começam.

As contrações literárias, mentais são, basicamente, para mim, aquele momento em que a mente lateja, aperta, grita em silêncio, as palavras querem furar a barreira e sair para o mundo.
No entanto, a vida não me mostrou caminhos nos quais eu conseguisse fazer disso profissão e isso, é a coisa que mais me entristece nesta vida...
Adiante...

Chegar a Salamanca acalma-me profundamente.

Encontrei uma Salamanca muito ativa, pelas 12 horas, o que é estranho para mim, pois costumo chegar a Espanhas nas horas mortas dos Espanhóis.


Estacionar foi bem complicado (alguma parecença havia de ter com Portugal!)

Depois de horas de viagem, do corpo cansado, do trapézio dorido, da anca maçada, do rosto suado, chega esta estranha paz de estar longe. Saudades há, mas este estar longe parece fazer a respiração mais leve. Tudo se torna leve, desta perspectiva.

Conduzir é outro dos meus grandes prazeres, nomeadamente em estradas espanholas. Gratuitas. Amplas. Sinalizadas. Um buraquito ocasional perdoa-se. 





Chego de novo à mesma opção de alojamento, diferente quarto. A Pensión Salamanca merece o devido elogio: um sítio calmo, simpático, até com um cariz familiar. Limpo, cheiroso e cheio de pequeninas atenções, sem, no entanto, passar do essencial,
Desta vez, o meu quartito tem terraza privada (abdicando de outras coisas)!


A Aqui está a modesta vista da minha terraza...




Uma curiosidade! Lá em baixo o senhor ASPIRA A RUA.

Sim, Salamanca é constantemente aspirada!!!

Vamos lá ver se esta nova fase não é marcada por nenhuma desventura (o mês passado roubaram-me a carteira o que representou grandes chatices e dores de cabeça quer em Espanha, quer em Portugal posteriormente!)

Salamanca espera-me...

Monday, March 09, 2015

"The Fall" e a falácia do dia internacional de mulher


Eu compreendo que poucos partilhem das minhas reflexões e fortes sentimentos face ao dia da mulher.
Como pessoa que trabalhou diretamente com igualdade de género, acreditem, quem trabalha no ramo, também detesta este dia. O que começou por ser uma medida de discriminação positiva (como tantas outras, as famosas quotas, etc...) na promoção da igualdade de género, transforma-se basicamente numa palhaçada mediática, quase a chegar aos niveis de marketing do Dia de S.Valentim...

Uma das minhas sérias preferidas de todos os tempos, THE FALL, tem esta cena deliciosa que, quem levar "para casa" para reflectir, vai retirar muita coisa.


Apesar da aparente igualdade, basta olhar para as eestatísticaspara confirmar diferenças salariais cada vez mais graves (eu sei que parece estranho, a mim também me pareceu!), o acesso a cargos de topo e muitos outros dados.

Vivemos num mundo cada vez mais marcado por ilusões e a igualdade de género não é excepção. Continuamos a achar que já existe igualdade, mas ela não existe.

E, por amor de deus ou do universo, não venham com aquele e estupidecido energumene argumento..."ah, os homens e as mulheres são diferentes, logo nunca haverá igualdade!!!"...

Bem, é uma fúria cá dentro de mim, que até fervo. Homens e mulheres serão sempre biologicamente diferentes, como causasianos, negros e asiáticos ou qualquer outra diferença biológica.

É importante é perceber que as mulheres continuam fechadas em quadrados impostos pela sociedade,e as que saem deles, das duas uma, ou são heroínas ou são marginais, conforme o campo que abordamos.

Na vida sexual em particular (tema de que trata a cena acima), as mulheres continuam a sofrer enormes preconceitos. Gigantes. E só não vê, quem não quer ver...

Portanto, não me peçam para festejar o facto de eu ser mulher um dia por ano. Festejo todos os dias. POr isso, a Unica solução é transformar este dia maravilho em dia Internacional da Igualdade e que os homens festejem em conjunto com as mulheres, como seres humanos que somos. Ambos. Iguais Seres Humanos. Pessoas.