Tuesday, June 28, 2011

Livro "Ser Psicólogo" Editado pela HM Editora

Hoje, oficialmente lancei o meu livro. O que começaram por ser umas notas para entregar aos estudantes, rapidamente se transformou num livro. Comigo, é sempre assim. Acho que algures no tempo perdi a capacidade de escrever três palavras apenas...

Mas tenho orgulho. Decidi deixar sair a escritora que vive em mim desde os 10 anos. Com essa idade, mostrei um poema ao meu professor de português, que ficou delirante e me incentivou a escrever mais.  Porém, as pressões externas foram tais, que em breve, fui "abaixo". Escrevi muitos contos, muitas short-stories, muitos blogs, muita literatura infantil e as gavetas ficava cheias. Cheias com as obras e cheias de cartas de editoras a dizer que aquele não era o momento ideal, ou que não estavam previsto no plano editorial, e mais uma imensidão de desculpas.

Em casa, ainda guardo essas cartas todas. Mas agora quem manda sou eu. Graças ao Hugo Mota, da HM Editora, pude finalmente lançar o meu primeiro livro. Um especial obrigado pelo interesse, atenção e dedicação deste editor!

"Ser Psicólogo" é uma reflexão pessoal mas de cariz técnico-científico. Mas tem muito de mim. Sou escritora, de alma e coração, e agora que comecei não vou parar.

Por fim, os agradecimentos muito especiais à minha grande amiga e psicóloga Prof. Dra. Rosina Inês Fernandes, por ter aceite escrever o fabuloso Prefácio do livro! Abraços!




Wednesday, June 08, 2011

Hoje transformei uma tábua de passar a ferro num cabine para écharpes


Não há melhor forma de perceber o provérbio “a necessidade aguça o engenho”, do que realmente passar pela situação de ter pouco.
Já vos aconteceu uma tábua de ferro simplesmente reintegrar-se? Cair ao chão cada vez que tentam passar a ferro uma peça? Gingar como uma doida? E já vos aconteceu sentirem que pagaram por um produto que simplesmente não presta? Pois, isso é comum aqui em Angola, e talvez noutros sítios. Toda a gente vende coisas a preços exorbitantes, tentando realizar lucro com produtos péssimos.
Então, o que fazer? Por a tábua ao lixo? Não. Desmontá-la. Aproveitar cada parafuso, cada dobradiça, e a própria tábua, que um dia servirá para algo. E sabem aquele suporte de metal onde pousámos o ferro? Para que poderá servir? Como reciclá-lo? Alguns segundos depois, o insight. Um cabine para lenços.
É assim o viver todo-o-terreno. Transformar coisas noutras coisas, libertar a mente das regras que a sociedade nos incutiu, levar o desenrasque ao extremo.
Como psicóloga, tomo consciência por vezes das alterações que isto provoca nos meus engramas cerebrais, nos caminhos que vinham formatos desde há muitos anos e que começam agora a encontrar outros caminhos para chegar ao resultado. Novas formações neuronais, “Breakthroughs”.
Muitas vezes tem isso acontecido nos últimos meses que estou em Angola.
E mais uma vez, estou sem televisão. 
Desde que cheguei a Angola, em 2008, foram poucos os meses em que tive uma Televisão. Não sei o que seria de mim se não existissem filmes e música em formato electrónico. Mas agora, tudo depende de mim, sou eu que escolho. 
Não me submeto às escolhas dos produtores de TV. Claro que tenho saudade de algumas séries e filmes e tenho saudade de simplesmente não fazer escolhas e ver o que me colocam à frente. Porém, tem as suas vantagens. Já há muito que havia decidido deixar de ver noticias na TV. Por vários motivos, sendo um dos principais o facto de estar a contribuir para o aumento de audiências e, logo, estar a passar a mensagem de que assisto àquele canal porque quero. Quando o pessoal das sondagens faz estudos, parte sempre desse principio: as pessoas viram, aumentaram as audiências, logo, devem tê-lo feito porque realmente escolheram ver aquilo! Não é verdade. Assistimos a coisas só porque sim, porque a TV faz companhia, o uporque aquele canal é mais sensacionalista ou porque passa as noticias da forma mais DRAMÀTICA possível. 
Se deixarmos de o sintonizar, pode ser que eles passem a emitir as notícias positivas. E isso é algo que Angola ainda tem e espero que não perca. Quando ocasionalmente vemos um noticiário ou lemos um jornal existem muitas notícias positivas: projectos de sucesso, iniciativas com impacto positivo, pessoas que conseguiram grandes feitos, ou pessoas que conseguiram pequenos feitos…
A Europa afunda-se a olhos vistos, não tem crescimento económico, tem taxas elevadas de depressão e suicídio, e parece estar muito infeliz, porque dos milhares de eventos que ocorrem todos os dias, a comunicação social escolhe conscientemente noticiar apenas os que são drásticos, dramáticos e negativos. Porque descobriu que isso vende bem…
Um outro exemplo curioso. Em Portugal, quase todas as pessoas têm microondas. Eu também tinha e usava apenas para aquecer um leite ou descongelar algo rapidamente. De repente, quando me encontrei sem fogão, sem banca, sem cozinha em geral…o meu microondas passou a ser um soldado universal, pronto a receber qualquer tarefa! Faço Pizzas, bolas de carne, bolças vegetarianas, gratinados vegetarianos, bacalhau gratinado, bolos de coco para sobremesa, bolos de iogurte, enfim…agora tudo parece possível. 
Agora tudo é possível. A mente está preparada para se adaptar. A mente já não diz que não é possível. Já não diz que não tem tempo, já não diz que não há condições, já não pensa que não há recursos. A mente simplesmente acredita que é possível e, logo, tudo será possível.