Friday, May 08, 2009

O retorno ao Lubango

Dia 27 de Abril chegando ao Lubango, sabia desde logo que muito trabalho me esperava. A unidade de apoio académico do Lubango da Universidade Gregório Semedo tem de dar apoio aos seus alunos.
Esses alunos e alunas que tão pacientemente esperaram (e desesperaram) pelo retorno dos professores portugueses, impossibilitados de retornar mais cedo devido a problemas com vistos no consulado, entre outros.
Dias e dias consecutivos os alunos abordavam-nos, felicitando a nossa chegada. Alias, literalmente, desde a saída do avião que encontrei alunos! Obrigado a todos e todas pela vossa simpatia, presença e carinho!
Chegava a altura de trabalhar, trabalhar, planear, recuperar…enfim, palavras de todos os dias. Lançar pautas, fazer horários, planear aulas e apoios, marcar novos exames, reorganizar a unidade, motivar o pessoal e os alunos, repensar estratégias, etc.
E tem sido assim esta semana que passou. Trabalhosa mas gratificante.
Um abraço para todos aí em Portugal. Claro que tenho saudades de muita coisa. Já não vejo Televisão há mais de uma semana. E cancelei a TVcabo em Portugal. Para uma viciada como eu, é como um divórcio.
Mas, finalmente, consegui comprar internet (Unitel)! Agora falaremos mais vezes, isto, quando a Unitel quiser, pois também esta internet sofre de alguma “preguiça”!
Abraços e Beijos para toda a gente, amigos e colegas, meus pais, avós, tios e primo e outros que aceitem abraços e beijos de 8000 km de distância!!!
A vossa, Patt

Angola continues…











Cheguei de novo a Angola no dia 23 de Abril, para ficar em Luanda 3 dias. E que dias. As fotos ilustram (mais ou menos) bem o fascínio de algumas paisagens. Ainda que meia entorpecida pelo calor e humidade, que faz nascer dentro de nós uma preguiça estranha que não sabemos de onde vem, lá consegui arranjar energia para me mexer…
As fotos abaixo são da Ilha do Mussulo, em Luanda. Basicamente, uma paraíso esquecido, que outrora foi bem habitado. Ao contrário daquelas paisagens que vemos de outros países, de terras quase virgens, a ilha do Mussulo tem vários pequenos resorts (alguns já fechados), e moradias em cima da agua de fazer água na boca.
À chegada de barco, aterrei numa espreguiçadeira e, aqui, na ilha do Mussulo, o termo espreguiçadeira faz mesmo sentido. Eu, que tanto gosto de agua, só lá fui banhar-me uma vez. O resto do dia consolou-me a alma apenas olhar para a agua e saber que ela lá me esperava. Comprei um bikini a umas vendedoras que lá estavam (isto porque, por mais estranho que pareça, esqueci-me de trazer um bikini de Portugal! O subconsciente devia estar a dizer-me que vinha para cá para trabalhar…)



Ao fim de umas horas em baixo da sombra, fomos fazer uma longa caminhada pela berma da água, em conversas temperadas por observações atentas e até, contextualizações históricas sobre Angola, e em particular, sobre o Mussulo.
Tomamos uma “Cuca” (cerveja Angolana) no “Sonho Dourado” um resort agradável que servia na altura o Buffet de Domingo. O Buffet parece ser habito ao Domingo. Das 12h00 às 16h00, por 5000 kwanza (cerca de 50 euros), quem vai ao “Sonho Dourado” come tudo aquilo que conseguir, desde mariscos, pratos típicos angolanos e outros (Nota:bebidas à parte).



De volta à Luanda cosmopolita, vamos petiscar algo ao Shopping. Poderá parecer estranho publicar um foto de um shopping, afinal, todos sabemos o que é, e na Europa, passamos até bastante tempo neles. Mas aqui esta opção tem um valor acrescentado: descontruir algumas ideias que existem sobre Angola. O Belas Shopping tem cinemas, praça da alimentação, lojas de todo o tipo, um grande supermercado…enfim…é um Shopping!!!



No dia seguinte, chegou a vez de conhecer as margens do rio Kwanza, ou como dizem aqui, a Barra do Kwanza, a zona onde o rio se encontra com o mar. Paramos num pequeno restaurante com alojamento de Bungalows, para espreitar a vista. Mais uma vez, um Buffet. Ainda tomamos café no fim de fazer umas horitas de praia, num outro restaurante (o nome semelhante a Restaurante Embondeiro), onde chegamos logo quando o Buffet estava a encerrar. Um Embondeiro é uma árvore típica, bastante grande, penso que até chegará a ser das maiores do mundo! Não cheguei a conseguir tirar um foto (pelo menos, não uma publicável!)
Por ultimo, apesar de estar cronologicamente fora de ordem, surge o “Miradouro da Lua”.



O Miradouro da Lua é um fenómeno fantástico e belo para uma leiga em fenómenos naturais como eu. Sinceramente, às vezes apetece mesmo ficar na ignorância. Não saber exactamente o que causa estas esculturais paisagens e deixarmo-nos absorver. Mas, é preciso dizer. O Miradouro da Lua é uma especie de cratera gigante causada pelas chuvas. Foto alguma, algum dia poderá captar a sua essência. Com uma foto aérea poderia ver-se a sua grandiosidade, mas nunca a sua essência. Parece um Dali, uma expressão viva de surrealismo…
Com estes três dias descontruí algumas ideias-feitas que, por vezes, tinha acerca de Luanda. Fora o trânsito algo caótico e alguma pobreza (material), todos conversam, trabalham (cada um a tentar ganhar a sua gasosa), relaxam na rua. É verdade que vejo mais sorrisos no Lubango…e para lá vou de novo…