Tuesday, March 21, 2006

Broken Flowers


"Broken Flowers" (2005) é a última viagem de Jim Jarmusch, que como noutras obras termina com a fabulosa rotação de câmara em volta do protagonista, envolto ele mesmo nas suas reflexões, sempre profundas e fascinantes. Com um elenco fantástico (Bill Murray, Jeffrey Wright, Sharon Stone,Frances Conroy (da série "Sete Palmos de Terra") Jessica Lange e Tilda Swinton), consegue fazer-nos pensar um pouco sobre o que andamos a fazer com o nosso passado...se nos desligamos demasiado dele (recomeçando facilmente de novo sem olhar para trás) ou ficando a cismar, quais Sherlock Holmes, o que podemos descobrir agora que o passado já passou e que podemos analisá-lo com distanciamento. Não se espere uma comédia nem uma drama, mas talvez um estilo reflexivo que muitas vezes faz rir, mesmo sabendo que não devíamos rir da situação, que até é séria. Aconselho seriamente aos(às) que se julgam o(a) amante Casanova, ou aos(às) que saltam de relação em relação sem pensar muito.
Relembro que ganhou o Grande Prêmio do Júri, no Festival de Cannes.

"Aceitar o Nada"- Peça de Teatro

A peça de Teatro "Aceitar o Nada", de Luísa Pinto, está em palco até ao próximo fim de semana, na Câmara de Matosinhos, com entrada gratuita mediante inscrição. Conta com presenças fabulosas de Sónia Araújo, Micaela Cardoso, Fatucha Overacting e Joao Cabral, a interpretarem por exemplo Frida Kahlo, Marlene Dietricht, Edith Piaff, Florbela Espanca, Isadora Duncan e Sara Bernardt . Um Elogio ao Pianista, à encenação e um grande cumprimento à Câmara de Matosinhos por nos proporcionar este excelente espectáculo.
Por outro lado, interessa referir que se trata mulheres, das mulheres especiais que acima referi, e das suas desventuras, do seu custo para terem sido grandes mulheres, a solidão, as infefidelidades, a não-maternidade em alguns casos, o arrependimento, e formatos de amor estranhos para o comum mortal...
Vale a pena tanta dor para ser grande? Para ser Diva? Para ser lembrada eternamente? Fica a reflexão...

Monday, March 06, 2006

DHARMA


É impressionante a quantidade de pessoas que se queixa das coisas...fiquei mesmo absorvida a visitar uns blogs, sem rumo definido.
Todos tão mal, é a crise, os políticos são todos vigaristas, ou o que eu quero é viver a vida, ser feliz...enfim, clichés atrás de clichés. A acção é pouca e acham que têm direito de se queixarem...
Sei que as frases “a vida é um milagre” e “agradece por aquilo que tens” também são clichés e soam a religião, mas quem vos deu O DIREITO de barafustarem sem fazerem nada? Foram votar todas as vezes que houve eleições? Leram o resumo (pelo menos) do que cada partido defende? Fazem reciclagem todos os dias e carregam-na para o ecoponto (sim, o meu ecoponto fica longe de casa)? Deixaram de comer animais, mesmo apesar da revolta darwiniana deles com todas as mutações e vírus que eles inventaram? Inventaram formas diferentes de dizer “amo-te”? Amaram de forma diferente em cada relação, não repetindo as mesmas palavras batidas e escrevendo os mesmos poemas que transformam um estúpido detalhe numa ode ao todo?
Adoptei a filosofia Budista (informalmente)há uns meses atrás e parece dar resultado. Interiorizar desejos e as coisas acontecem...não desejar, não lutar (senão caímos em Karma), deixar tudo fluir como tem de fluir porque o universo tem uma energia própria que nos conduz. Aprendi a aceitar a morte como parte da vida, como diz OSHO aliás, nem deviam ser duas palavras, mas uma só “Vidamorte”. A partir de cera altura da vida, a morte soa muito bem. E não depende da idade, mas sim da aceitação. Da auto-aceitação. Do não forçar nada. Do aceitar que cada um de nós tem um qualquer percurso, e vai ter, esperneando muito ou esperneando pouco.
Claro que gosto de me “queixar”, pelo mero exercício intelectual e social. Mas isso só me traz orgias mentais, e não paz de espírito. Reflictam, mas pouco. Relacionem-se, mas eliminem “relações tóxicas” para o espírito (Chopra). Anos de toxicidade, só dá uma intoxicação dolorosa demais, acreditem. E essa história de amor, é tão simples. É só estar lá. É só querer morrer por já ter tudo o que se sente possível. E o verdadeiro amor, esse, vem apenas quando o menos desejarem. Quando acharem que já não existia. Quando desistirem (eu sei que também é um pouco cliché, mas é verdade, é DHARMA!)

O Amor e os Dramas de "Mão-na-testa"


O Cineclube brindou-me com uma surpresa de cair para o lado! Senso de Luchino Visconti do ano de 1954. Apanhada num filme sobre o qual não tinha quaisquer informações (é essa, aliás uma das paixões de cineclubista amadora!!!), sair a morrer de rir mas, depois que a risada passou, pus-me realmente a pensar (que é uma das funções do cinema!)...quando é que o amor deixou de ser um Drama de "Mão-na-testa"? Quando é que perdemos aquela intensidade do olhar fugidio, do respirar por cima do ombro, do estremecer da protagonista com um tremelicar de lábios? Quando? As nossas modernices são boas para muita coisa (já nada é tabu, a desinibição reina e já ninguém faz amor com uma daquelas camisolas de noite cheias as renda...acho eu!) mas por outro lado, será que perdemos o desvario dos amores de "desmaios emocionais repentinos"? Será que ainda ALGUÉM desmaia por amor? Isso é fisiologicamente possível? Quando é que deixamos de beijar com a cabeça totalmente de lado? (Ou isso era só para a câmara?)

A Banda sonora do filme é de dar saltos na cadeira...e risos também. O que nos parece uma situação mediana qualquer de hoje, é tratado e enaltecido por grandes orquestras repentinas, que até assustam!
Os clássicos têm um fascínio inexplicável. Apeteceu-me pegar na máquina de filmar e vestir um vestido daqueles com armação por baixo, e filmar-me a beijar alguém...só para testar a teoria! Será que me veria de outra forma se me visse como se estivesse em 1954? Será que me sentia mais mulher? Menos pragmática? Mais romântica? Será que desmaiava ou levava a planta da mão à testa?

Friday, March 03, 2006

OS EDUKADORES (Die Fetten Jahre sind vorbei)


Aqui está outro grande filme de impacto em todas as areas da nossa vida...se deixarmos!
OS EDUKADORES realizado por Hans Weingartner é um filme de 2004 sobre jovens cheiros de paixão para mudar o mundo...e não é que pouco a pouco até vão conseguindo? As estratégicas podem ser postas em causa, mas os objectivos são bem nobres.
Será que a maioria dos jovens desta geração perderam essa paixão? Pelo que lutamos hoje?Lutamos? Eu luto pel igualdade, pela reciclagem, pelo vegetarianismo, pelo olhar crítico de tudo à nossa volta...e vós?

Nádia

Nádia é uma honra para mim ter sido adicionada aos teus favoritos! Muito obrigado. E continua a aparecer. É um grande gosto para mim. Pat