Friday, February 06, 2009

Portugal, meu Portugal…



Cheguei a Portugal no dia 14 de Dezembro, após quatro decolagens e quatro aterragens (de sucesso), e ao fim de mais de 24 horas sem dormir.
A viagem de oito horas no “Jumbo” tira qualquer pessoa do sério. Saí de Luanda com 32º de temperatura, cheguei a Lisboa com 9º e ao Porto com 6º. Arrepios de frio misturados com a emoção de finalmente estar de volta ao meu país. O frio cortava a pele de forma tal que me estremecia, mas também me enternecia…já não me lembrava o que era vestir um bom agasalho bem aconchegante, uma camisola de gola alta bem justa, um bom par de botas.
Portugal parece igual: o pessimismo, a crise, o frio, o stress no trânsito e, doutro lado, a amizade, o amor de família, o aconchego dos aquecedores e lareiras, a televisão, a minha gata, a minha casa…
Não passaram muitos dias até chegarem as saudades do Lubango. Do calor, de uma certa simplicidade de viver e pensar, de não ter de pensar em estratégias banais e quotidianas como arranjar lugar para o carro, comprar isto e aquilo para o Natal, combinar um café naquela hora naquele sítio, esclarecer pequenos mal-entendidos…
Umas semanas passaram e matei a saudade das noites frias, enrolada na minha gata em frente ao TV cine até de madrugada, das noitadas e jantaradas com os amigos, de passear de carro na marginal da Póvoa de Varzim e Vila do Conde para ver o mar revolto e os corajosos que fazem surf nesta altura.

Depois, aproveitei estas pequenas férias de Natal, para conhecer Alpiarça, Tomar e Golegã, e confirmar as maravilhas portuguesas, que todos conhecemos, mas que quando chegamos ao nosso país depois de meses fora, sempre nos parecem mais empolgantes.

Desde Dezembro que estou encarcerada em casa a acabar a tese de mestrado…e agora dizem-me que o mestrado "quase denada vale", que mais valia ter terminado o doutoramento…
Todos os dias cerca de oito a dez horas de trabalho com o ficheiro Word aberto, branco a fazer reflexo nos óculos. Vou alternado horários de trabalho com um filme ou yoga ou step, e quando faço uma coisa penso noutra
Agora, resta começar a preparação para o regresso, daqui a algumas semanas: de novo as malas e os vistos e os aeroportos…quem dera que fossemos vizinhos de Angola, por tantos motivos…