Wednesday, March 21, 2012

Acerca do Dia do Pai: Ser pai, ser mãe.

Cresci sem pai (oficial), mas rodeada de pais afectivos. Apesar de não sentir a falta de um pai, isso afectou a minha vida de uma forma muito forte. Abandonada pelo pai, passei a ter medo de ter filhos. Vi a minha mãe passar pelas dificuldades de mãe solteira e senti tudo na pele.
Passei a recear tal responsabilidade. Em particular, recear o parto e o peso de criar um ser tão pequenino tão frágil. Preferia que nascesse logo com 2 anos e que conseguisse falar logo à chegada a esta vida!
Penso sinceramente, que as pessoas têm filhos por motivos estranhos. Para fortalecer relações, porque "está na hora" ou porque sim. Pior que tudo, muitos não sabem bem porquê. Simplesmente afirmam obcecadamente que querem ter filhos e, muitas vezes, não dão qualquer valor à família e não sabem, eles próprios, vestir o papel de filhos. Ter filhos é fundar uma família.
Então, reflicto agora sobre os meus medos. No entanto, o medo não me trouxe solução. Não casei (Ainda!), nem tive filhos (Ainda!), por profundos medos de ser abandonada e, no entanto,  acabo por ser abandonada na mesma. Estranho, não?

Decidir ser mãe é decidir nunca mais abandonar ninguém. É decidir não desistir. É decidir passar a amar, sem condições, sem chantagens, incondicionalmente.

Por isso, achava que um filho só poderia nascer de um amor profundo entre duas pessoas. Mas, apesar de já ter tido isso, afinal, esse amor acaba por ser sempre desistente.
Isso fez-me perceber que afinal, já estou pronta para ser mãe há muitos anos, e isso deixa-me profundamente orgulhosa de mim própria.

Sei que sou uma excelente filha, adoro passar tardes e noites com a minha família, e sei amar sem desistir e sei aceitar as pessoas, sempre (Talvez também pela minha profissão) e acima de tudo, sei aceitar as mudanças da vida.
Continuo a alimentar a ideia de que um filho deve nascer do amor de duas pessoas, mas hoje sei que é provável que o meu filho tenha apenas o meu amor incondicional e não desistente. É pena, mas é a vida.

Cada vez mais os homens reclamam os seus direitos à vivência plena da Paternidade. Ser pai não é afirmar que se quer ter filhos e depois não fazer mais nada até a criança ter idade para ir jogar futebol! 

No entanto, depois de trabalhar 2 anos num projecto de Igualdade de Género, fiquei muito feliz por saber, esta semana, que aumentou o número de famílias monoparentais com pai, e aumento significativamente o número de homens a pedir licença de paternidade!

Ser pai é viver a gravidez como se o bebé estive a nascer dentro dele próprio. É ter amor para dar e vender, para mim e para o meu filho, ainda no ventre. É estar presente, sempre, sem condições ou excepções, se desculpas.
Hoje, não sei se encontrarei o pai que quero para o meu filho (ou, mais certo, acho que será a minha filha!). Mas sei que a minha filha terá uma mãe que reflectiu e a desejou profundamente, e enfrentou os seus medos.

Se não encontrar um pai, isso hoje parece cada vez mais indiferente. A minha filha terá sempre a mãe, como eu tenho sempre a minha fantástica mãe! Afinal...não tive pai presente desde os 4 anos de idade, e desenvolvi-me num ser humano óptimo! Gosto muito de ser quem sou e terei muito para dar à minha filha.
Mas continuarei a alimentar (pelo menos mais uns anos!) o desejo que a minha filha tenha o que eu não tive. Um casal, pai e mãe, que se adoram, para que, assim que ela abra os olhinhos, lhe possamos dizer, em uníssono: "Bem vinda a esta VIDA, bem-vinda ao planeta terra, nós somos os teus pais, e porque nos amamos iremos amar-te também até ao fim da tua e da nossa vida! "

Ser Escravo do dinheiro...

Quanto tempo é que aos seres humanos vão demorar ate perceber que as coisas boas da vida são gratuitas?

Dar um abraço, receber um abraço, dar um beijo, receber um beijo, caminhar numa praia, passear no meio da floresta, fazer amor com quem realmente se ama, envelhecer ao lado de alguém, respirar, parar a ver o mar, cheirar a terra molhada depois de uma chuvada, ouvir os pássaros, ver um rio a fluir, deitar no chão a olhar para o céu, mergulhar no mar, receber um sorriso, dar um elogio, receber um elogio, ver o pôr-do-sol ou o nascer do sol em qualquer sitio do planeta, sentar debaixo de uma arvore, observar e cheirar uma flor, sentir o corpo de quem amamos junto ao nosso, sentir o cheiro do amor, sentir um arrepio de felicidade.

Façam do dinheiro vosso escravo, não sejam escravos dele.

Tuesday, March 13, 2012

A fantochada da Crise???

Lamento partilhar a minha opinião tão frontalmente, mas há coisas que têm de ser ditas.
A "crise" é uma fantochada.

A Crise existe, é económica, mundial e complexa. O "discurso da crise" para tudo, é que é muito estranho.

Infelizmente, no fundo as pessoas tornaram-se fúteis, consumistas e materialistas. Têm muito mais do que na realidade podiam, e agora não conseguem ter CORAGEM para descer à realidade!



Conheço imensas pessoas que sofrem todos os meses privações para pagar um grande carro, uma grande casa ou manter outras coisas estúpidas!

Em tempos dificeis, as pessoas parece que querem enriquecer mais rapidamente! Onde está o trabalhar no duro, calmamente para conquistar a felicidade...discurso  que eu sempre ouvi desde pequena? No nosso idosos que agora já nem ouvimos? Já nem tentamos aprender nada com eles? Ouvir as suas aprendizagens?

As pessoas tiveram demasiado dinheiro nas maos e agora que já não dá para comprar tudo, queixam-se. Mas continuam a trocar de carro, a comprar tudo do bom e do melhor...enfim, chateia-me um pouco, mas tento ajudar uma serie de pessoas.

Eu já era uma pessoa simples, que dava importância ao amor, à família e  à felicidade e menos ao carro XPTo, ao i phone, aos sapatos ou roupa Xpto....mas viver em  Africa quase 4 anos ainda me fez ver mais claramente.

Acho sinceramente, que esta crise está a fazer muito bem às pessoas, que começam a abrir os olhos para as coisas importantes da vida.

É com esta crise que as pessoas vão realmente aprender que não importa o que têm, mas o que são. Não importa o que se pensa, mas o que se sente. E que só há uma coisa que justifica tudo: a nossa felicidade. O nosso bem-estar. E isto não é um discurso utópico ou impossível. É possível ser feliz, simplesmente. Mas só se pode ser feliz, se se é AUTÊNTICO. Se fizermos tudo com autenticidade, seremos felizes. Se fizermos tudo por amor, tudo fará sentido.

Se fizermos tudo para ganhar mais do que os outros, ter o carro melhor, ter melhor casa do que o vizinho, andar à guerra por causa de uma herança, ou continuar a rezingar todo o dia pelo que não se tem, ao invés de estar grato por tudo que já temos, nada valerá a pena nessa vida.

Agradeço ao Universo, a Deus, a Mim própria e a todas as pessoas que me rodeiam, por tudo o que tenho e tudo o que sou. Se tudo desaparecer da minha vida (e vai mesmo desaparecer quando eu morrer), só ficam sentimentos e memórias, e isso, são as pessoas que criam! 


Só tenho mais uns 30 anos de vida. Por isso, viva as pessoas! Viva o amor! Viva este planeta lindo!