Thursday, December 03, 2009

Moçambique - Avenidas e cidade

E agora, observem atentamente, o desenvolvimento de Maputo.

Ruas limpas, trânsito organizado (a circulação pela esquerda ainda confunde um pouco!), uma enorme multiculturalidade (moçambicanos,indianos, paquistaneses, muçalmanos, etc., sei que misturo nacionalidades com religião, etc, mas é para perceberem!)

Os Edificios colonais bem mantidos e avenidas largas! A alimentação é variada e barata.

A Praia que se vê numa foto é a praia mesma na cidade de Maputo: Praia Costa do Sol. Grande parte das pessoas não faz lá praia. Preferem afastar-se um pocuo (a praia mais proxima é a 200km, em Bilene).

E por ora, é tudo...A conclusão é que, pessoalmente, Maputo parece-me uma cidade bastante melhor para viver do que Luanda.

Outras reflexões noutras alturas. (Ah...uma grande obrigado ao SANDRO, por ser um excelente anfitrião em Moçambique!!!)

Até breve.




Moçambique

E Finalmente, as fotografias de férias em Moçambique!

Nós os dois, no centro cultural franco-moçambicano, a tomar um cafezinho!



Etosha National Park (por fim)

Por fim, uma ultima foto no Etosha National Park.

Repare-se que não se pode sair do carro nem circular a mais de 60 km /hora...mas os bichos estão bem atentos à nossa passagem, como virão nas fotos anteriores! Alguns olham mesmo curiosos e os esquilos vêm mesmo ter connosco. Os chacais à noite também, quando lhes cheira a comida.

É uma experiência óptima. Acaba por ser o tão chamado Safari.



Etosha National Park (Cont)

E continuam mais umas fotos do Etosha National Park.





Etosha National Park

E agora, as fotos do Etosha National Park.

Uma reserva natural, na Namibia, com três bons parques de campismo e bungalows totamente em harmonia com a naturez. Com "Waterhole", ou seja uma lago com agua, disfarçado, com bancos para os HUMANOS observarem os animais que lá vão beber água!

O Etosha tem 22 mil metros quadrados. Para saber mais sobre o Etosha National Park, cliquem aqui.





Windhoek

Agora...falta relatar as Férias. Como viram no Mapa dois posts abaixo, fizemos a viagem Lubango-Windhoek por terra. São mais de 1330 km, cerca de 100 dos quais em picada, em Angola. Depois de Entrar na Namibia, é preciso ter cuidado com excessos de velocidades e outras infracções, pois aquilo é uma semi-alemanha. No entanto, é também semi-áfrica, logo, é fácil uma pessoa (EU) se desiludir, pois passado algumas horas, voltam as "gasosas", a corrupção, as desigualdades, digamos as "relatividades" (aqui tudo é realmente relativo) enfim...o que eu menos gosto em África.

Esta é a Foto do Hermínio num Shopping em formato Fórum, a ceú aberto, onde encontramos verdadeiros METEORITOS que foram conservados!

Lubango e Ondjiva

As duas primeiras fotos são pinturas que se encontram à entrada do HOTEL PALAN NEGRA, na Humpata, a 10 minutos do centro do Lubango, e a uns quantos metros de altitude acime (o Lubango está a cerca de 1700 metros, e a Humpata quase a 1900 metros).

Estas pinturas documentam as etnias mais comuns na zona da Província da Huíla.

A ultima foto foi tirada à chega a Ondjiva, capital da provincia do Cunene (note-se que os candeeiros já têm paineis fotoelétricos!). Mas é uma terra muito pequena, e talvez esta seja mesmo a melhor avenida!



Viagens e "Luz e Tom"

A primeira foto, documenta mais um pôr-do-sol, em viagem, de Ondjiva (mais a sul) para o Lubango.

A segunda foto foi tirada no evento "Luz & Tom", um intercâmbio cultural organizado por alunos do ISCED (Instituto Superior de Ciências Educativas) do Lubango. Apresentam vários artistas, em ascensão na carreira. Neste caso, apresentam um grupo de dança tradicional africana.


Barragem das Neves, Lubango

Estas duas fotos são da Barragem das Neves, a 20 minutos do centro do Lubango. Talvez o único sítio onde se pode fazer "Praia Fluvial" (claro, eu não tive tempo para isso...e no único dia que lá fui, estava a chover!)


Angola

Para terminar as minhas aventuras em Angola, vou rematar com algumas fotos do Lubango e Ondjiva.





Estas fotos são do PARQUE DA SENHORA DO MONTE, a zona mais bonita da cidade do Lubango. Apesar de ter de se comprar uma senha para entrar (100 Kwanza) , contribui para a manutenção!

Viagens por África - Novembro

E, após mais algumas viagens, aqui vai mais um mapa...

A seguir virão as fotos e reflexões!


Friday, October 23, 2009

Os opostos atraem-se…

Em breve, regressarei a Portugal. Antes do esperado. A Unidade do Lubango da Universidade Gregório Semedo foi encerrada. Não há muito a discutir sobre este assunto. A nova legislação do ensino superior em Angola sairá em breve e logo se verá desenvolvimentos. Para já, tudo encerrou dia 18 de Outubro.

Os alunos tentam lutar à maneira deles, para tentar conquistar algo que achavam que já haviam conquistado. A tristeza e a desmotivação era clara. Muitas “lágrimas no canto do olho” destes angolanos, huilanos, que mais uma vez perdem algo muito importante. Muitos continuarão os seus estudos em Luanda na UGS, outros continuarão como alunos “à distância” outros manterão a esperança de um dia voltar a estudar, calmamente, na sua província: Huíla.

Quanto a mim, a mesma situação: ou continuo a ser professora em Luanda ou aguardo desenvolvimentos para um dia retornar ao lindo sul de Angola. É verdade que não conheço pessoalmente o norte, excepto Luanda, mas o Lubango mostrou-se uma cidade excelente para viver, em comparação com outras. Novas experiências virão…
Entretanto, duas experiências se seguem: Férias em Moçambique! Tenho férias marcadas para dia 09 de Novembro, nesse que parece ser um país ainda mais paradisíaco.
Controlo-me para não fazer pesquisas desmesuradas pela internet e ser assoberbada quando lá chegar. De seguida, em inícios de Dezembro, o regresso ao meu Portugal, ao fim de quase oito meses…

Sentir o frio na pele e ficar enrolada no sofá a ver a chuva a cair (Já disse isto há um ano atrás quando ia regressar a Portugal?). Usar gola alta e vestir casacos de lã? Entrar no carro a tremer de frio e ligar o ar condicionado no máximo? Arrepiar-me de meter o pé nas poças? Ir aos saldos, ao shopping com os amigos, jantar e ir ao cinema? Conduzir o meu carro (Já não conduzo desde Abril!)? Passar o Natal a rir e a cantarolar com a família? Aconchegar-me no meu sótão a ver televisão até às horas que eu quiser? Visitar os amigos que já não vejo há quase um ano? Estar de volta à minha casinha, com aquecedor ligado e um belo jantar e um bom vinho? Descansar e gozar um pouco todo este esforço de trabalho que representou estes oito meses…

O contraste de Angola com Portugal…os opostos atraem-me?

Wednesday, September 09, 2009

Simplesmente paisagem e "Kimbo"

E, por ultimo, simplesmente paisagem e "Kimbo"...





Huambo

Segue imagem da casa do Jonas Savimbi no Huambo. E imagem de uma FILA organizada de espera para a gasolina, o que é coisa rara por cá. Já estive em algumas cidades e só vi disto no HUAMBO!

Vemos também uma estatua bem bonita do centro do HUamnbo, retratando uma "Quitandeira" (Mulher que vende na rua, tendo uma "banca mais ou menos fixa") e "Zungeiras" (mulheres que vendem de forma ambulante, carregando consigo o material: pode ser roupa, bijuteria, sapatos e até já a vi a carregar botijas de gas!)

Por ultimo, uma casa completamente esburacada de balas...uma casa de alguém...





Menongue

Fotos de Menongue. E do caminho para lá...








Kuvango

Algumas Fotos de Kuvango, uma cidade bastante destruída...



Huambo



Seguem então Fotos da Praça Central do Huambo.

Tuesday, September 08, 2009

Menongue, Lubango e Huambo – uma viagem pela “Angola Profunda”?




No mapa pode parecer-vos pouco, mas acreditem, é muito! Mais uma “escapadinha” por “Angola Profunda” (como diz o Hermínio).
De 04 a 07 de Setembro, fizemos um total aproximado de 1200km pelo sul de Angola.
Apesar de ter outros objectivos também, aproveitamos então para conhecer a profunda África.

Saímos de Lubango às 08 da manhã de 6ª feira, dia 04 de Setembro, partindo para a Capital da Provincia do Kuando-Kubango, Menongue, que dista aproximadamente 400 km do Lubango. E que 400km! Seguindo pelo Kuvango, cidade totalmente destruída, parecendo mesmo fantasma, passamos por Cuchi, vila pela qual nem demos conta…
Acompanhamos a linha férrea nova ou renovada, obra ajudicada a empresas chinesas. Tentarei colocar aqui fotos de algumas partes da linha (não se assustem, os comboios andam devagar!) e de um descarrilamento a que assistimos (havia acontecido recentemente).

Continuamos pela estrada, sem saber se havia estrada. A minha noção de estrada muda a cada dia. Será que era por ali? Terra e areia? Era isso a estrada? Seguimos para o Menongue com terreno Minado de ambos os lados. Os avisos de minas podem ser sinalética própria (uma caveira com a frase “Perigo Mina” ou “Perigo de Morte”), ou podem ser simplesmente alguns troncos de arvore com um rabisco qualquer branco ou vermelho. Todos sabem que isso significa mina.
Seguimos mais de 150 km até Menongue por areia, lama, buracos, estradas onde só passava um carro e claro, minas de um lado e do outro. Uns bifes em “de vinha e alho” na geleira (na mala) prontos a ser churrascados e nem sequer conseguíamos parar!

Chegamos ao Menongue perto das 20h00.
Concluímos que andamos a ser enganados constantemente. Quando alguém nos diz “é num instante, são 4 ou 5 horas”, usualmente acontece-nos demorar 10h a chegar!
O Menongue é uma capital de província muito pouco desenvolvida. Encontramos apenas o supermercado “Nosso Super”, o que nos traz, diga-se de passagem, grande reconforto. Não encontramos um café, pastelaria ou Hotel à vista no centro da cidade.
Pelo que me dizem, foi grande teatro de Guerra e começará em breve a evoluir.
Acampamos no espaço de uma empresa portuguesa que gentilmente nos deixou montar as tendas, e nos ofereceu uma rico café, na que comprovadamente era a Única máquina de café de Menongue! Rico “Cimbalino”.

No dia seguinte concluímos que não era exequível voltar a passar pelo sofrimento da estrada minada, acrescento o pormenor ainda de não termos qualquer rede no telemóvel durante HORAS de viagem…

Decidimos partir para o Huambo. Voltaram a enganar-nos. “de Menongue a Huambo são 4 ou 5 horas”, são os tais 395 km. Afinal, demoramos quase 7 h, mesmo descontando 1 hora e meia para breve churrasco na berma da estrada. Literalmente em cima do alcatrão, pois se entrássemos para o terreno corríamos risco de MINAS novamente.
Atravessamos centenas de pequenas populações. Isoladas. Em volta do Lubango, surgem os “Kimbos”, com figuras semi-tribais. Mas quando subimos para Huambo, já surgiamm menos “Kimbos” e mais “musseques”. Relembro, na minha ingenuidade de quem vai descobrindo aos poucos, o “Kimbo” é realmente artesanal, feito de palha/capim/hastes de madeira de arvore e por vezes, em sítios frios, as populações forram o Kimbo por fora com barro. O “Musseque”, penso que também chamado “Sanzala”, é uma pequena casa, já construída com tijolos feitos de barro, à moda da construção moderna (tijolo-sobre-tijolo) e, usualmente com telha de chapa de zinco, com pedras pousadas em cima par o telhado não levantar. No Musseque já existem geradores, parabólicas, motas, carros e “jeeps” (passo o estrangeirismo…carros todo-o-terreno).

As populações do Kimbo estão mais naturais: vivem do seu gado e algumas plantações, sem grande influência das modernices.
Chegar a Huambo. Reflectores na estrada. Estrada! Estrada pintada. Pintada com bermas e traços a dividir a estrada. Não há buracos na cidade. Não há lixo. Avenidas largas, edifícios públicos iluminados. Parecia a nossa querida “Avenida dos Aliados by night”.
Procuramos Hotéis. Hotel Ritz, Hotel Nino, Residencial (Grupo SISTEC). Acabamos no Hotel Nova Estrela (recomendo!), mesmo perto do centro. Totalmente equipado com tudo o que se possa imaginar que exista nas lojas de comércio asiático. E mais umas imitações de cabeças de veado e elefantes na parede. Um pseudo Luxo “Kitsch”. Quarto kin-size, com plasma e banheira de hidro-masssagem. Era outra Angola.

Jantamos na Cervejaria “Novo-Império”. Um rico Bitoque, ou melhor, como na minha terra um “Prego no Prato” com tudo. Numa esplanada com clima óptimo. Sem humidade
Depois de um excelente pequeno-almoço e umas centenas de “ahs” pelo caminho, estava na hora de voltar ao Lubango. Mais uma vez, diziam que era uma viagem para 5 ou 6 horas. Saímos do Huambo às 12h00 e chegamos a casa às 24h00.
Péssimas estradas, “picada”, atolamentos e zero-sinalização. Churrascamos a 30 ou 40 km de Caconda: de churrasco teve pouco, pois fizemos arroz de chouriço…em cima das brasas.
Passamos Caconda já a anoitecer e aí começou o pior. A rede foi-se de novo. A estrada enlameada. A concessionária decidiu molhar a estrada durante a noite o que causou atolamentos. Tivemos de parar e ajudar um camião. Amarraram a cinta ao Jeep e lá os tiramos.

Durante o dia já havíamos realizado uma boa acção: um cachorrinho de 2 meses a morrer na berma da estrada. Não quis fotografar para tentar esquecer a imagem de quase-morte. O calor a escaldar o alcatrão. O seu quase-último suspiro. Paramos o carro e quando chegamos lá perto ele quase que nos cai nas mãos. Terra no olhos na garganta, a língua branca, a boca cerrada. Chamei-lhe “Manel” naqueles nimutos e deitamos-lhe agua pela goela abaixo. A respiração por vezes ofegante por vezes a parecer esgotar-se. Fiz uma serie de testes rápidos. Não estava cego nem surdo. Não tinha instinto de deglutição. Mas sabemos que não podemos dar água em quantidade a quem já não bebe há dias. O cachorrinho deve ter sido desmamado havia dias. Tinha uma espécie de planta amarrada – mão humana. Abrirmos um “yogurte”, penso que a lactose despertasse, mas já quase sem esperança. O que faríamos? Deixar À morte lenta? Levá-lo? Para onde? Para a próxima civilização? Se foi alguém da civilização que tinha amarrado aquilo ao pescoço, sei lá se não para o matar? Mais valia desenrascar-se sozinho. África, não é um bom país para animais. Não há (ainda) espaço para carinho para animais. De repente, começa a beber o “yogurte”, com uma força de quem se agarra à última oportunidade de viver. Lambeu tudo. A língua vermelhinha. Tínhamos de continuar. Lavamo-lo, limpámo-lo e alimentámo-lo. Agora era com ele e com o Universo.
Em Caconda e Calumquembe fomos mal informados. Não existia sinalética e não conseguíamos encontrar a “estrada” para o Lubango. Estrada, que significa caminho de bois, claro.
Pelo caminho, por vezes, pedíamos informações à polícia. Alguns bêbados queriam entrar para o carro e vir indicar a estrada.
Às 24h00 chegámos ao Lubango. Bendita a sinalização. O Lubango é claro, é uma cidade que se percebe bem, na qual se circula bem.
Fica aventura. Já agora fica o “mapa das aventuras”. Pode parecer pouco, mas já cá estão os milhares de quilómetros. “Those were the days of our lives”…mas custou bastante. Já tenho saudades de viajar de avião!

O dia de trabalho começou ainda com o cansaço acumulado da viagem. E sem um chuveiro merecido, porque a electrobomba falhou, sem lençóis ou toalhas porque a logística falhou, sem pijama para dormir porque não estava lavado, com vários assuntos pendentes, trabalhos para corrigir, etc.,etc. etc,…
Em breve publico fotos da viagem…

Sunday, August 30, 2009

O "Baptismo dos Caloiros" no Lubango






A minha carreira de escritora vai de mal a pior. Para alguém que sempre sonhou escrever, ando a ficar muitas vezes sem palavras. Angola.

Alguém que sempre quis contar coisas, agora tem dificuldade em contar. Talvez seja a preguiça que por vezes a imagem cause. Quem esteve lá, sabe que está tudo lá. Pode-se escrever, dizer, gesticular, gravar, fotografar…nada se compara a viver.

No passado dia 29 de Agosto decorreu o Primeiro Baptismo dos Caloiros da Unidade de Apoio Académico do Lubango da Universidade Gregório Semedo. Apesar de notícias incómodas relacionadas com a nova legislação para o Ensino Superior em Angola (que será emitida em breve, dizem há alguns anos), nada pára a força e a energia de quem luta, de quem esforça, de quem trabalha, de quem gosta.

Mais clichés. Não há palavras.

A tradição académica em Angola não parece forte. Não existe traje académico, fitas ou chapéus, Latim, praxe ou federação académica regulamentada, e logo, quando existem praxes ou baptismos de caloiros (ou verdinhos, como é mais frequente dizer), não raramente se cai em práticas humilhantes, que caem no fácil e ridículo (como aliás, tem vindo a acontecer noutros países do mundo, inclusivamente Portugal).
Mas a cultura da UAA-UGS do Lubango criou-se lenta mas profundamente. E reflectiu-se, ontem, dia 29 de Agosto, plenamente nas práticas inteligentes, sapientes, divertidas e culturalmente ricas levadas a cabo no “Baptismo do Caloiro da Unidade de Apoio Académico do Lubango”.
O programa incluiu actuação de cantores, grupo teatral, discursos formais de algumas pessoas, o Baptismo, um pequeno cortejo pela cidade, um excelente buffet/almoço, dança, diversão, etc.
Mas de tudo isto, são as pessoas que conta. O fervor com que os alunos vivem a felicidade de estudar numa universidade. O respeito que nos têm. Melhor que isso, o carinho que demonstram.

Obrigado a todos os alunos da UGS UAA-Lubango, por terem passado pela minha vida.

Parabéns a todos e a todas.

(E cá vão algumas fotos. Tentarei publicar outras de melhor qualidade daqui a uns dias)