Monday, February 01, 2016

Profissão: Vivente

Todos os seres humanos (espero eu!) passam por momento de reconversão, de mudança, de repensar as suas vidas.
Para mim, como investigadora, sempre foi meu foco profissional, analisar e procurar padrões e explicações desses momentos e dos subsequentes, no que respeita à carreira.
Depois de anos a investigar isso e a ter não sei quantos graus académicos sobre o assunto, pareço ter chegado à (brilhante?!) conclusão que o nós concebemos como trabalho, tem de perder a sua centralidade urgentemente.

Para uma grande parte das pessoas, ficar sem trabalho é um momento bastante perturbador. Podem pensar que  estou a falar dos rendimentos que advêm do trabalho, mas não, estou mesmo a falar só do trabalho.

Se não "tivéssemos" de trabalhar e se possuíssemos tudo o necessário para viver, o que faríamos? Nada? A palavra nada assusta muita gente.

Quer na prática profissional quer na minha vida pessoal assisto a muitas pessoas com medo do nada. Dizem, à boca cheia ..."ah, bom era deixar de trabalhar...não fazer nada". Mas quando se lhes pede para praticar o NADA por 5 minutos, não conseguem.

Como seria a vida, se simplesmente tivéssemos como profissão viver?

Vivens, Viventis (genitivo, do latim).

Profissão? Vivente. Que vive. Que está vivo.

Profissão? Amans, Amantis. Que ama.

Profissão? Respirans, respirantis. Que respira. Que existe.

Pensans, Pensantis. Que pensa. Que se dedica profundamente ao pensamento.

Estudans, Estudantis.

Observans...

Et cetera.

Percebe-se?

Parece fácil, mas não é.

Agora, resta-me descobrir como pagar as contas.