Tuesday, September 30, 2014

Encontro-me, no cansaço

Às vezes só nos encontramos quando levamos o corpo ao limite.
No extremo do cansaço, depois de uma aula de yoga, transcrever entrevistas de doutoramento e mais uma sessão de emassar e pintar paredes, senti o corpo hoje a ceder aos seus 36 anos.
Não é que não o tivesse sentido antes, mas existem duas diferenças. Em primeiro, apeteceu-me muito escrever. Em segundo, lembrei-me da noite de sono, marcado por sonhos de morte.
Agora recordo-me de acordar com um misto de mortes e uma sensação profunda de vazio impossível agora de recriar, de a re-sentir.
Nestes dias que a minha perceção do tempo é particular (parece-me estes dias que tudo corre mais depressa), e nas sensações de que as pessoas estão a desaparecer, não me sinto quase a chegar aos 40 anos.
Não é que faça grande diferença atualmente ter 36 ou 40 ou até 42, mas o meu corpo começa a apresentar limites, que a minha mente não tem. Se teve, eu ultrapassei-os. Alguns tinha de certeza! e eu lutei tudo para os ultrapassar. Limites mentais, de preconceito, de "quadrados" em que nos encaixamos ou nos quais os outros nos encaixam. Sou capaz de quase tudo. Não me limito. O problema parece continuar a ser descobrir o que realmente quero, o que realmente faz sentido, o que traz felicidade. E nestes momentos de esgotamento corporal, encontro um pouquinho dessa sensação de felicidade.

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