Sunday, April 16, 2006

Assumir a inutilidade

Há momentos na vida em que temos de nos remeter ao que realmente somos: seres inúteis. Todo o esforço que fazemos é para combater a sensação de inutilidade que temos se não fizermos nada. E não adianta, assim que paramos e não fazemos nada, sentimos o sentimento a vir ao cima…então porque lutamos contra ele? Porque o ser humano é demasiado curioso e irrequieto para aceitar que é inútil. Viver é viver e é tão simples. Nós complicamos porque precisamos de desafios e quando eles não aparecem vamos muito mais abaixo do que se nunca tivéssemos tido nenhum desafio, então criamos um efeito perverso que é conseguir ir cada vez mais abaixo! Por isso, temos de aceitar a nossa inutilidade. Somos inúteis e devíamos estar orgulhosos disso. Claro que temos determinadas competências e habilidades, mas podemos usa-las no nosso próprio espaço de inutilidade. Quando aprendermos a ser ninguém, a ser nada, a ser o que somos realmente, aí sim seremos alguém. Aí seremos a minoria que se aceita a si própria como inútil. Enquanto passarmos a vida inteira a tentar ser alguém, nunca compreenderemos a beleza da inutilidade, do ser ninguém, do não ter de provar nada nem de cortar a meta.
Já agora recomendo as diversas obras de um senhor chamado OSHO.

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