Wednesday, June 08, 2005

Pseudo-EU

Desisti este mês de uma boa parte de coisas e dediquei-me ao ódio a tudo. Parece mais fácil e confortável para já. Choro bastante, talvez 1 hora por mim, alternada ou consecutivamente, por diversos motivos. Arranjo sempre motivo, por acaso. Às vezes, confesso, existem momentos em que tenho de respirar fundo e procurar um outro motivo rapidamente, antes de perca a vontade de chorar, muito rapidamente, antes que (com o calor), a última lágrima dê indícios de que vai começar o processo de secagem e, subitamente, lá salta no cérebro uma memória ou duas, daquelas bem tristes e deprimentes e, aí, aí, sim, sinto-me feliz. Consegui qualquer coisa. Até ao fim. Consegui ir até ao fim.

Tenho uma questão com "Fins". Não acabo os cremes ou os desodorizantes até ao fim, não sei pôr fim a relações, não sei dar um fim a posts, histórias, romances. Por isso, gostava de continuar a chorar e chorar. Talvez chorar seja das coisas mais verdadeiras a fazer nesta vida. É deixar cá. na terra, um pedaço de nós (lágrima) no qual depositamos imenso sentimento, um sentimento das profundezas, das estranhezas, que nós próprios desconhecemos.

Por isso acho que todos que não choram, têm pseudo-eus. E aqueles que começam com as histórinhas do "vive", "curte a vida", e etc. são os piores. São na realidade os menos verdadeiros, os que menos choram, os que menos vivem.

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