Sinto as letras a bailarem cá dentro do
cérebro. Começam a juntar-se, as palavras dançam, as ideias fluem. É tão fácil.
É tão natural. Às vezes parece a coisa mais natural que faço nesta vida. Pode
parecer cliché, mas parece que nasci para isto. E depois a dança continua e
começa a intensificar-se, as frases, os parágrafos, as reflexões, querem nascer
a todo o custo. As contrações começam.
As contrações literárias, mentais são,
basicamente, para mim, aquele momento em que a mente lateja, aperta, grita em
silêncio, as palavras querem furar a barreira e sair para o mundo.
No entanto, a vida não me mostrou caminhos
nos quais eu conseguisse fazer disso profissão e isso, é a coisa que mais me
entristece nesta vida...
Adiante...
Chegar a Salamanca acalma-me
profundamente.
Encontrei uma Salamanca muito ativa, pelas 12 horas, o que é estranho para mim, pois costumo chegar a Espanhas nas horas mortas dos Espanhóis.
Estacionar foi bem complicado (alguma parecença havia de ter com Portugal!)

Conduzir é outro dos meus grandes
prazeres, nomeadamente em estradas espanholas. Gratuitas. Amplas. Sinalizadas.
Um buraquito ocasional perdoa-se.
Chego de novo à mesma opção de alojamento, diferente quarto. A Pensión Salamanca merece o devido elogio: um sítio calmo, simpático, até com um cariz familiar. Limpo, cheiroso e cheio de pequeninas atenções, sem, no entanto, passar do essencial,
Desta vez, o meu quartito tem terraza privada (abdicando de outras coisas)!
A Aqui está a modesta vista da minha terraza...
Sim, Salamanca é constantemente aspirada!!!
Vamos lá ver se esta nova fase não é marcada por nenhuma desventura (o mês passado roubaram-me a carteira o que representou grandes chatices e dores de cabeça quer em Espanha, quer em Portugal posteriormente!)
Salamanca espera-me...
1 comment:
Dizia Guerra Junqueiro a propósito de Salamanca: "Feliz aquele que vive numa cidade por cujas ruas se pode sonhar sem medo que nos interrompam o sonho"!
Post a Comment