Ode ao aeroportos
Respiro a pressa mas ao mesmo tempo a multiplicidade.
A tranquilidade de parar num sítio que nunca pára.
Estou entre o ir e o não ir.
Páro para crescer por dentro e sinto a alma encher-se de mundos.
Todos em volta são do mundo, e de muitas formas, não são do meu mundo, do meu país, da minha cidade.
A improbabilidade de encontrar determinado alguém desaparece.
O aeroporto parece o local onde tudo e possível.
Uns, atentos, miram nos olhos dos outros.
Outros, miram ecrãs.
Outros, escudam-se em livros, os olhos arregalados e o interior em emoções fervilhantes.
Reinam as diferenças ...mas em simultâneo encontramo-nos numa espécie de sonho coletivo.
Somos "os passageiros".
O que nos une. Uma palavra. Um estado passageiro. O fascinante ponto em comum que consiste em ....ir.
Todos vamos a qualquer lado.