Esta semana uma amigo fez-me uma pergunta sobre o Amor.
Uma pergunta profunda, que vem de alguém que pensa no mundo
através das suas experiências, mas tem a mente aberta para saber o que anda a
ciência a fazer sobre isso.
Soube-me particularmente bem falar sobre isso, uma vez que esse apelo surgiu-me também na faculdade, e insistentemente quis fazer um trabalho sobre esse assunto no âmbito da psicologia social.
O interesse da ciência no amor deve ter começado logo no
início do método cientifico.
Porém, os humanos complicados, demoraram a tentar
operacionalizar a coisa.
Tentar explicar e fundamentar o amor é, para poetas e
filósofos, estraga-lo um pouco. Dissecá-lo. Mas também, é que o a ciência faz
e, depois, cada um faz dos resultados o que entender.
Os primeiros estudos sobre o Amor são atribuidos a Zick Rubin (Para saber mais, clique aqui ). Como sempre, os grandes avanços na ciência psicológica nascem do nosso fascinio pela medição e este autor, psicólogo e advogado tentou criar uma escala de mediçao psicométrica: a Rubin's Scales of Liking and Loving (Que pode consultar aqui).
Surgem depois a Teoria dos Três Modelos do Amor (Kelley), a Teoria Triangular do Amor (Sternberg) e a Teoria dos Estilos de Apego (Bowlby, Hazan & Shaver).
Por exemplo:
Mas, sendo este um artigo de opinião, a minha teoria preferida é de Jonh ALLAN LEE (Saber mais aqui), um sociólogo canadiano.
Lee pesquisou mais de 4000 opiniões sobre o amor desde Platão, concluindo
que existem 6 tipos de amor, que
o amor é plural (multidimensional) e não há hierarquia entre
os tipos e, por fim, que a pessoa a pessoa, ao longo da vida, vai
se adaptando, dependendo do momento e do par, ora a um ora a outro tipo de
amor.
Então o resultado é:
Eros, Storge e Ludus e, depois, Mania, Agape e Pragma. o Autor atribui CORES a cada tipo (daí o livro se chamar The Colors of Love, 1973)
Para mim, isto devia fazer parte da educação emocional básica das pessoas.
Infezlimente, a disciplina de Educação EMOCIONAL nunca mais chega as escolas! Este era um assunto fenomenal para discutir com os jovens...
E essa seria uma das minhas profissões de sonho!!!
Façam um exercício pessoal e coloquem os amores que já viveram neste esquema. É iluminador!
Ao nível macro, reflitam sobre que tipo de amor é mais valorizado na sociedade de hoje...será só uma visão subjetiva, mas para mim, a conclusão a que chego é um pouco assustadora.
Boas reflexões.
Algumas referências, para quem quiser explorar mais:
Lee JA (1973). Colours of love: an exploration of the ways of loving. Toronto: New Press
Robert J. Sternberg, "Triangulating Love ', in T. J. Oord ed. The Altruism Reader (2007)