Já lá vai algum tempo que não escrevo no blog. O
Doutoramento e a escrita cientifica tem-me roubado o tempo de escrita.
Mas refletir é que é realmente viver. E esta semana, dei por
mim a pensar que as pessoas estão a perder força, a perder brilho, a perder
muita clareza, lucidez, alegria.
E Andei à procura de palavras. E Cheguei à palavra
ENTUSIAMO.
É uma palavra muito completa.
ENTUSIASMO.
E o pior é que elas estão a perder tudo isso porque se estão
a roubar a elas próprias. E Pior ainda, perdem e roubam-se dessas
características e culpam crise, o dinheiro e outras coisas.
Sei que muitas pessoas pensam que eu sou idealista. Talvez.
Mas a verdade é que sou feliz. Sou feliz por mim, não por outros, ou por
dinheiro.
A verdade é que eu vi pessoas, à minha frente, a perderem o
entusiasmo pela vida, a olhos vistos, de dia para dia, por causa de dinheiro,
de ganância. E reparem: as palavras são muito importantes. Eu não escrevi
ambição, mas sim GANÂNCIA. É tão diferente!
Muitas pessoas alegam que não têm entusiasmo, que sempre
foram assim, e não querem mudar. Mas se lhes perguntarmos se querem ser ricos,
aí…sim, já estão dispostos a mudar. O dinheiro é muito mais difícil de ganhar
do que o ENTUSIASMO, não dá para ver? O entusiasmo pela vida só depende de nós
próprios e de querermos abrir os olhos, abrir a mente.
Fico triste quando as pessoas dizem não vale a pena
(Fernando Pessoa parece que também ficava). Fico triste quando as pessoas não
se dão ao trabalho de surpreender os outros, de lhes criar emoções, de se
emocionarem!
Fico triste quando usam a desculpa do TEMPO.
Fico desiludida tantas vezes com a humanidade. Porque não
conseguem ver…
Fico triste quando olho no fundo dos olhos de uma pessoa e
não vejo entusiasmo. E fico mais triste ainda quando alguém em diz que me
entusiasmo com pouco. É uma frase que me ficará para sempre gravada na memória.
Mas ao mesmo tempo, fico feliz por alguém ma dito, cara a
cara, olhos nos olhos. Porque confirmo que ainda me consigo entusiasmar com
pouco.
E não, eu não nasci assim. Nasci na mesma crise que todos os
outros. E simplesmente fui abrindo a mente.
E fico triste quando alguém diz que não radicalmente a algo,
porque está a dizer que não.
E fico triste quando alguém me diz “ainda bem que ainda tens
paciência para isso”, seja isso o que for. Porque é que não havia de ter? Ter
paciência com tudo e todos, é ter paciência para viver! E PACIÊNCIA é outra
palavra tal bela. É quase ciência, é leve, é sagesse, é anciã, é melódica.
Se eu não tiver paciência com a vida, vou tê-la quando? Com
a morte?
Fico sinceramente e profundamente triste pelos seres
humanos. E fico preocupada quando alguém não se entusiasma. Parece haver cura
para tudo. Parece haver doença para tudo.
A falta de entusiasmo devia ser uma doença (nota: como
psicóloga sei que, de alguma forma é depressão, mas não cumpre os critérios de
diagnóstico todos…)
A falta de entusiasmo é muito séria muito grave. É ver os
olhos baços de pessoas que deveriam ter tanto pelo que se entusiasmar.
ENTUSIASMAR.
ENTUSIASMAR.
E não sei o que fazer mais.
E, depois, por outro lado, além de querer que as pessoas se
entusiasmem com a sua própria VIDA, penso que quero que alguém se entusiasme
comigo. Por mim, para mim, por minha causa, pela minha presença, pelo meu
olhar, pela minha pele, pelo meu cheiro, pela minha forma de ver a vida, pelas
minhas obsessões, pelos meus defeitos, pelo meu ENTUSIASMO.
E acho que isso é que é AMAR alguém. E, no fim de tudo, isso
é que é amar a vida.