
Estou com (algumas) pessoas de quem não gosto usualmente e com (algumas) que não gosto hoje. Num sítio que não gosto, a fazer algo que não gosto, mas por imperativo sociais preciso de aqui estar. “One of those nights”.
Para conseguir escrever tive de revirar a carteira até encontrar as costas de uma folha velha e cá escrevo, “à la pate”. Não é um daqueles dias que escrevo porque não tenho mais nada que fazer, mas sim um daqueles em que escrevo porque tenho mesmo de escrever!
Não sei bem para quê.
Estou a transformar-me numa pessoa que tem mania que é estranha. Dou uma passa no cigarro e olho, de baixo para cima, por entre a franja do cabelo, enquanto largo o fumo para o mundo.
Bebo coisas estranhas tipo pisang simples, vou sozinha ver filmes de culto e fico com aquele ar desejável de intelectualóide que percebe da coisa. Faço questão de ser eu a pôr gasolina no meu carro e mais ninguém, e os senhores da bomba ficam com os olhos em bico ao ver uma gaja entrar para pagar sózinha às 4 da matina. Vou a bares sozinha ver como os outros lá vão em grupo.
Passo horas a olhar para obras do Rene Magritte.
Sou viciada em comprar em lojas asiáticas e transformar as coisas.
E nunca quis morrer tanto, ou nunca quis tanto morrer. Só quem aprecia a vida a 100, pode desejar a morte tanto, não? Não há dia que não pense nela e quem não a ame profundamente, como à vida. Penso e não a temo, espero-a.
Como se fosse o derradeiro desafio da vida - viver a morte. Como se só a morte lhe desse sentido. É, acho que estou a ficar pseudo-estranha.
3 comments:
Escreves porque podes chegar ao fim, respirar fundo e enfrentar com menos dor/custo o dia.
Pois é... qualquer dia a frase romântica é:"quero morrer contigo" e o juramento: "até que a vida nos separe"... se calhar só se vive morto. bjo.
Vim bater aqui ao teu blog e sinceramente identifiquei-me muito com o que dizes e o que dizes que fazes.
Ainda não sei se isso é bom ou mau, mas só para saber vou te por nos favoritos.
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