Durante muitos anos ouvimos os mais velhos dizer que o TEMPO cura tudo.
Durante muitos anos, parecia sabedoria barata, rápida e viravamos costas e continuavamos a viver a mil.
Hoje sei o poder do tempo. O Poder da Espera. O enorme poder da Espera. Não é de esperar por alguém (que isso não faz muito sentido), é o de esperar por nós próprios, de esperar que a vida flua, de esperar que a vida aconteça.
Esperar que nos consolidemos, que nos construamos, hora a hora, dia a dia, de ser pacientes connosco próprios.
Se sei hoje que o tempo cura tudo, sei que não é "dar tempo ao tempo" como dizia o Povo, mas dar tempo a mim.
Dar tempo ao meu eu de estar. Dar-lhe tempo para ele simplesmente ser, sem eu própria o julgar, sem exigir nada dele, dar tempo ao meu eu de se aceitar tal como ele é.
Por vezes as pessoas não compreendem isso. Querem que nos transformemos rapidamente, querem que lutemos, querem que mudemos.
Mas uma lição muito importante da vida é essa: Quando tudo parece estar uma desgraça total, temos de dar tempo ao nosso eu para que ele se adapte. Podemos estar a ferver por tudo e por nada, podemos ferver com os outros, podemos (não devemos) até culpabilizar o mundo todo à nossa volta por qualquer coisa, mas é o nosso eu que tem de encontrar a sua auto-aceitação.
A arte da paciência é ainda mais dificil quando temos de ser pacientes connosco próprios.
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