Monday, March 02, 2009

Poesia

Ocasionalmente, volto ao meu verdadeiro ser. Poemas escritos recentemente, no passado e na semana passada…


Quebras-me

Quebras-me e deixas-me aqui estendida aos pedaços.
Q quebras-me sem sentires, sem saberes,
Quebras os laços que podiam existir.
Parece que te ouço rir quando me quebras
sem que te apercebas. Eu viro costas e
faço de conta que não ouço os teus passos,
nem a tua voz.
E deixo que me quebres, uma e outra vez
Porque me agarro ao nós que tu já não crês.
Reato-me e coso-me por dentro
E engulo em seco.
Volto amanhã para me quebrares como se
Me degolasses num escuro beco.

Em 2008


Hesitante

O passeio do receio é um caminho
Que faço hesitando,
Respirando a medo a cada dia,
Contendo um pouco mais de vida dentro de mim.
Guardo-me para mim, escondida
Para ninguém ver.
O receio de que o passeio mostre aos outros
Como sou consome-me a cada hora.
Na pressa da vida receio a demora, a perda, o tempo
Que se desgasta em minudências.
Passeio pela vida com medos e receios
Sem dizer, sem mostrar, sem os querer
Mas sem os negar.
Contenho em mim a verdadeira
Essência bem escondida e fico feliz
Por saber que ela lá está, e no entanto
Receio embarcar na busca por ela.
Então deixo-a estar lá,
Bem guardada dentro de mim, atrás do receio,
Enquanto passeio pela vida que vou vivendo hesitando.

Fevereiro de 2009


Leva-me

Leva-me para esses caminhos, esses do falado amor
Da intimidade, do afecto,
E convence-me a sair desta via do desassossego,
Do pensar, do alerta pessimista.
Se me conseguires levar a bem, devo ficar por lá.
Leva-me para longe destes pensamentos daninhos
Que são diabinhos que me corroem
E convence-me que amar é mais.
Leva-me e diz-me que não há volta e
Que a revolta que trago comigo
Desaparece por magia.
Mostra-me a tua via, a tua estrada,
Conduz-me de mão dada e eu só prometo deixar-me levar.
Depois, apaga os caminhos antigos,
Dá os meus diabinhos como perdidos
E mostra-me a tua auto-estrada de amar.

Em 2008

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